quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Aumento do tráfego mundial VS Poluição Ambiental

De acordo com uma notícia publicada na Publituris “nos primeiros seis meses do ano, o tráfego mundial subiu 3,7 por cento. Os dados são do ACI (Associação que reúne dados dos aeroportos mundiais), que indicam ainda que houve uma subida de 5,8 por cento no tráfego internacional e 1,9 por cento de crescimento nos voos domésticos. Os dados comparativos entre Junho deste ano e o mesmo mês do ano passado, mostram que houve uma subida de 2,1 por cento, sendo que o tráfego internacional subiu 3,4 por cento e o doméstico 0,9 por cento.
Já os valores acumulados dos últimos 12 meses (de Junho a Junho) indicam que a subida foi de 5,1 por cento. Neste caso, a subida do tráfego internacional foi de 7,1 por cento e do tráfego doméstico de 3,3 por cento.”
Estes valores levam-nos, com certeza, a reflectir sobre a importância do desenvolvimento sustentável e da ética aplicados ao turismo.
Nas últimas décadas têm crescido a mobilização e a preocupação da sociedade com temas associados à ética, cidadania, direitos humanos, desenvolvimento económico, desenvolvimento sustentável e inclusão social.
Neste sentido, organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar desempenhos ambientais, económicos e sociais adequados, controlando os impactes das suas relações, processos, produtos e serviços na sociedade, de forma consistente com a sua política e com seus objectivos de responsabilidade social.
Todos nós sabemos que o sector da aviação (internacional e doméstica) tem um peso acrescido no sector do turismo, mas até que ponto é tido em conta a sustentabilidade de recursos, bem como os problemas ambientais resultantes desta actividade?!?
Pelo que é possível constatar na notícia publicada, as pessoas utilizam os transportes aéreos com mais frequência e isso contribui para o aumento da emissão de gases de efeito estufa, (o metano, o ozono, o monóxido de carbono, óxidos de azoto e, o mais prejudicial de todos, o dióxido de carbono) que provocam, com o decorrer dos anos, o aumento do buraco da camada do ozono e o consecutivo agravamento do efeito de estufa. Com a sua actividade as companhias aéreas mundiais são responsáveis pela libertação destes gases, bem como pela emissão de óxido de nitrogénio, que causa o ruído produzido pelas aeronaves (responsável pela poluição sonora), o que põe em causa o conceito de desenvolvimento sustentável, dado ameaçar o futuro das gerações vindouras. Então, o que fazer para reduzir estes impactes?!?

Ora bem, para se tentarem minimizar os impactes negativos decorrentes da emissão de gases poluentes para a atmosfera, deveriam ser tomadas medidas correctivas das quais se destacam:
- Uso de turbinas com coberturas anti-ruído, o que reduz a poluição sonora;
- Reduzir o congestionamento do tráfego aéreo, diminuindo o número de voos programados. Isto permite a diminuição da poluição sonora e do ar e uma redução no gasto de combustíveis, na medida em que se iria reduzir o tempo de espera de aterragem.
- E reduzir dos tempos de rotação em terra, que representam um grande dispêndio de energia e provocam ruído.

No que diz respeito aos combustíveis, a utilização de combustíveis não renováveis pode trazer problemas a vários níveis dado que mais de 95 % de todo o petróleo recuperável já foi descoberto e aproximadamente 90% de todas as reservas conhecidas estão actualmente em produção. Esta situação leva a que as gerações vindouras não possam usufruir dos recursos não renováveis da mesma forma que as gerações actuais o fazem.
Apesar das variações significativas do preço do petróleo ao longo dos anos (este duplicou ou triplicou), o transporte aéreo continuará a ser vital para a sociedade moderna contudo medidas devem ser tomadas, uma vez que não existem alternativas imediatas para a substituição dos actuais combustíveis para os aviões.
Os governos devem exercer pressão para melhorar a eficiência do sistema actual de transporte aéreo, tanto no sentido da redução dos gastos em combustível como na diminuição da poluição.
Nenhum combustível tem a densidade energética da actual gasolina, e apesar de gasolinas sintéticas terem vindo a ser testadas a solução passa pelo aumento da eficiência dos aviões utilizados pelas companhias aéreas, permitindo que estes percorram mais milhas com uma menor quantidade de combustível. Outra das medidas que deve ser adoptada, e que também já foi proposta por alguns pilotos, consiste na redução do combustível de reserva obrigatório (principalmente em rotas da Europa e EUA), devido á existência de inúmeros aeroportos). Por questões de segurança e de prevenção os aviões foram sempre obrigados a transportar 10% a mais do que o combustível necessário calculado para cada voo. Porém, os aviões de passageiros raramente utilizam algum dos milhares de litros do combustível de reserva. Isto permitirá às companhias poupar milhões de dólares por ano e causará menos poluição no ar, uma vez que quanto menor o peso do avião, menor será a queima de combustível.
Estas são algumas questões que dão que pensar e cujos governos e companhias aéreas mundiais devem ter em conta, tudo porque Planeta Terra só existe um e a preservação do mesmo depende única e exclusivamente de todos nós!!!

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